por Zwinglio Alves Rodrigues*
Uma Defesa da Contemporaneidade do Dom de Línguas
Zwinglio Alves Rodrigues*
Resumo:
Este artigo pretende mostrar que o dom de línguas manifestado na igreja primitiva não ficou circunscrito ao primeiro século da era cristã. Uma significativa parte da igreja protestante advoga que a glossolalia (palavra grega para “falar em línguas”) continua atual e atuante no seio da Igreja. Nós comungamos com esta defesa. Para articular esta defesa da contemporaneidade do dom de línguas, valemo-nos de uma pesquisa bibliográfica. No texto que segue, inicialmente, fazemos uma abordagem do Novo Testamento destacando passagens clássicas que versam sobre nossa temática.
Depois, pesquisamos de modo breve a presença das “línguas” no período pós-apostólico e, por fim, oferecemos uma interpretação da disputada referência de 1ª aos Coríntios
13:8-10, 12.
Palavras-chave: Dom de Línguas. Continuismo. Cessacionismo.
Introdução
Como denota o título do artigo, pretendemos aqui articular uma defesa da contemporaneidade do dom de línguas. É histórico o debate (e a discórdia) que envolve os chamados continuistas[1] e cessacionistas[2]. No passado, mais precisamente em referência ao avivamento da rua Azusa, por exemplo, a divergência era tão acentuada que alguns fundamentalistas disseram do dom de línguas como sendo “essa tagarelice satânica”. Porém, o debate hoje em dia cada vez mais se no âmbito dialogal.
Talvez, esse debate esteja arrefecendo devido à adesão de líderes piedosos de destaque no cenário internacional ao seguimento continuista, fato que possivelmente esteja nos levando para o sepultamento da necessidade de discutirmos a contemporaneidade do dom de línguas. É verdade que não devemos esperar que todos os cessacionistas se tornem continuistas, contudo, pode ser que cheguemos ao ponto de vermos pessoas debatendo sobre isso sozinhas.
Enquanto esse tempo não chega, entendemos que o debate no nível dialogal e do respeito é sempre bem vindo. Ninguém duvida que ambos os lados tem muito a aprender um com o outro. Se souberem submeter as divergências ao amor, uma união, marcada pela graça que superabunda, pode surgir.
A defesa que segue pautar-se-á em uma breve abordagem do Novo Testamento. Serão destacadas a experiência do Dia de Pentecostes e outras referências no livro de Atos que apresentam o fenômeno das línguas. Depois, um comentário sobre o dom de línguas em 1ª aos Coríntios será tecido. Na sequência, serão repassadas algumas informações sobre o dom de línguas no período pós-apostólico. Nesse momento, uma tentativa de demonstrar a presença do dom de línguas durante o período patrístico será levada a efeito. Posteriormente, será comentada, de relance, a ausência de relatos sobre as
línguas por parte dos reformadores.
Em seguida, alguns destaques serão dados à manifestação do fenômeno no período pós-reformadores e, por fim, desaguaremos no século XX tecendo breves considerações. Dentro desse percurso, discutiremos
Finalmente, uma interpretação de 1ª aos Coríntios 13:8-10, 12 será apresentada.
Uma Breve Abordagem Neotestamentária
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