Assembleia de Deus

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sábado, 23 de dezembro de 2017

Biografia de Orlando Spencer Boyer - herói da fé








Orlando Spencer Boyer nasceu em Bedford, Iowa, EUA, em 5 de março de 1893, casou-se em 15 de março de 1914 com a senhorita Ethel Beebe, que durante 53 anos foi sua incansável companheira na obra do Senhor, e com quem teve um filho e uma filha, hoje residentes nos EUA.
Sua Conversão
Boyer contava 12 anos de idade quando o sofrimento e o falecimento de sua avó o levaram a preocupar-se com o seu próprio destino após a morte. Um pensamento o atormentava: "Onde vou passar a eternidade?" Apesar de seus pais serem crentes, de ele próprio ir a igreja e participar dos cultos domésticos, não tinha certeza da salvação, até que, num domingo, ele aceitou Jesus como seu Salvador. Aos 16 anos voltou a ser atormentado pelas dúvidas, mas, na Epístola aos Hebreus, encontrou a resposta para suas angustiantes perguntas concernentes à esperança de salvação: "A qual temos por âncora da alma, segura e firme, e que penetra além do véu" (Hebreus 16.9). Estas experiências levaram-no a escrever, 40 anos depois, o livro Âncora da Alma, com o objetivo de dirimir dúvidas e inspirar fé e confiança na alma dos leitores.
A Vinda para o Brasil
Em 1927, o casal Boyer, enviados pelo Conselho de Missionários da Igreja de Cristo, da qual eram membros, chegou ao Brasil com a missão de evangelizar e implantar igrejas onde ainda não houvesse trabalho evangélico. Seu primeiro campos de trabalho foi em Pernambuco, e ali o casal permaneceu um ano aprendendo a língua portuguesa, indo depois para Mata Grande, Alagoas. Ao longo de quatro anos Boyer desbravou o sertão alagoano implantando pontos de evangelização em vários lugares.
Em 1932, Boyer e sua esposa foram para Sobral, no Ceará. Naquela época não havia trabalho evangélico naquela cidade, o catolicismo predominava, e o padre local tentando obstar a penetração do Evangelho nos seus domínios, incitou o povo contra os missionários. Boyer relatou anos depois que a recepção naquele lugar foi tremendamente inóspita; cerca de 3.000 pessoas reuniram-se em frente a pensão, onde os missionários estavam hospedados, ameaçando-os de linchamento se não saíssem da cidade. Os irmãos foram salvos da ira do sacerdote romano e d população graças a ação decidida e enérgica do comandante do destacamento de polícia naquela cidade, que dispensou os desordeiros. Dali foram para Ipu, onde foram apedrejados por um grupo de moradores, sob a liderança do padre local e das freiras (sempre eles). O episódio é narrado assim no livro Histórias das Assembléias de Deus no Brasil , 2ª edição, 1982, página 139: "À noite, apagaram as luzes da cidade e a multidão, enfurecida, reuniu-se na praça principal, pronta para investir contra o portador das boas novas pentecostais. Entretanto, o mesmo oficial que o protegeu em Sobral, avisado com antecedência, dirigiu-se para Ipu e, com a mesma bravura, fez recuar padre, Freitas e desordeiros, nada acrescentando ao enviado de Deus". Assim foi em Cratéus, Camociim e outros lugares. Era a mão de Deus livrando e guardando seus servos da fúria de Satanás (Sl 121; Mt 28.19,20). Seu esforço pioneiro no Ceará resultou na evangelização e abertura de trabalhos em 14 localidades ao longo da via férrea.
O Encontro com o Lampião
A vida de Boyer, tal como a do apóstolo Paulo, correu perigo inúmeras vezes, tando, até, de pagar um resgate de 236$000 (duzentos e trrinta e seis mil réis) para que Lampião, o rei do cangaço, que então implantava o terror nas caatingas do Nordeste, libertasse Virgílio Schimidt e sua esposa, missionários que trabalhavam com ele. Lampião achou que a quantia oferecida por Boyer era pequena, exigia cinco contos de reis, mais Boyer falou do amor de Cristo ao cangaceiro, que não lhe fez mal algum, libertou os missionários e os deixou seguir em paz, restituindo-lhes os 236$000 e mais 109$000 (cento e nove réis) do próprio bolso para ajudar nas despesas (MP 1090, 2ª quinzena de abril de 1978, página 5). Teria a semente do Evangelho germinado em alguns daqueles corações emperdenidos? Cremos que sim, a Palavra de Deus não é pregada em vão (Is 55.11). Com certeza o Senhor honrou o trabalho e o sacrifício do seu servo, que com desapego à própria vida enfrentou com denodo os ataques de Satanás, de homens e feras nos sertões do Nordeste.
A Volta aos Estados Unidos e o Batismo com o Espírito Santo
E maio de 1935, comovidos com o testemunho dos missionários Virgil Smith e Bernhard Johnson sobre a experiência do batismo com o Espírito Santo, Boyer e sua esposa voltaram aos Estados Unidos, onde durante uma reunião de oração, em Oklahoma, a irmã Ethel foi batizada com o Espírito Santo. Pouco depois, na igreja em Peoria, Tulsa, Boyer foi também selado com o Espírito da Promessa. A partir de então, filiaram-se à Assembléia de Deus em Oklahoma, cujo Departamento de Missões os enviou de volta ao Brasil, em dezembro daquele mesmo ano.
Retomando o Trabalho do Brasil
Em 1938, encontramo-lo pastoreando o trabalho da Assembléia de Deus em Camocim, conforme relato do pastor José Teixeira Rego, no MP da 2ª quinzena de julho de 1938, página 7. Ainda no MP da primeira quinzena de agosto de 1938, página 7, Boyer aparece em uma foto com um grupo de irmãos na AD em Ipiaba, Ceará. Nesse Estado ele trabalhou 10 anos, de 1932 a 1942, indo então para Santa Catarina, onde permaneceu por 3 anos. Ali, aconselhado por J.P.Kolenda, iniciou sua carreira como escritor, publicando seu primeiro livro Esforça-te para Ganhar Almas.
Boyer e a Literatura
Orlando Boyer era versátil, possuía grande cabedal cultural. Além de eloqüente pregador, seus sermões elevavam os ouvintes e a glória de Deus descia sobre a igreja onde pregava, era também excelente professor, sendo, por isso, muito solicitado para pregar e ministrar estudos bíblicos nas igrejas. Seus dotes de escritor foram também colocados a serviço de Deus, e ele deixou um valioso acervo de obras teológicas de sua autoria, 17 livros, e 115 traduzidas para o inglês, em uma época em que os recursos técnicos e humanos, nessa área, eram escassos no Brasil. De suas obras destacam-se Âncora da Alma, Pequena Enciclopédia Bíblica, Espada Cortante (dois volumes), Esforça-te para Ganhar Almas, Daniel Fala Hoje, Visão de Patmos e Heróis da Fé.
Boyer e a CPAD
Em 1945, Boyer mudou-se para o Rio de Janeiro, atendendo o convite para trabalhar na CPAD, na época, situada na Rua São Luiz Gonzaga 1951, como comentarista das lições bíblicas da Escola Dominical. Ali iniciou sua vasta contribuição à literatura das Assembléias de Deus no Brasil, comentando lições bíblicas do segundo semestre de 1946, com o tema Personagens da Bíblia. Além disso, escrevia e traduzia livros e também artigos para o Mensageiro da Paz. Aliás, o MP da 1ª quinzena de setembro de 1938, página 4, publica um artigo traduzido por ele, intitulado "A Destruição da Cidade de São Pedro".
Lagrimas e Luto
Vivendo modestamente e sacrificando o próprio conforto, Boyer investia do próprio bolso na publicação de suas obras, visando dar aos obreiros e aos crentes em geral uma boa formação bíblica e teológica. Todavia, sua esposa adoeceu e o casal voltou aos Estados Unidos, de onde no dia 14 de outubro de 1967 ela partiu para a eternidade, deixando no coração o do denodado missionário um grande pesar. Entretanto, Boyer não quis ficar em seu país e retornou ao Brasil para continuar sua missão de ensinar, traduzir e escrever livros.
O Último Adeus ao Brasil
No dia 16 de fevereiro de 1978, Boyer deixou definitivamente o Brasil. Ao sair de Pindamonhangaba, onde nos últimos anos vivera e lecionara no IBAD - Instituto Bíblico das Assembléias de Deus, a caminho do Rio de Janeiro, onde embarcaria para os Estados Unidos, o valente pioneiro, com a voz embargada e lágrimas nos olhos, despediu-se dizendo: "Adeus, Pinda". Dois meses depois, no dia 21 de abril, na casa de repouso Maranata, Springfield, Missouri, alquebrado pelo peso dos seus 85 anos, dos quais 51 foram dedicados ao Brasil, Boyer descansou das suas obras. Como Paulo, ele poderia dizer: "Combati o bom combate, acabei a carreira, guardei a fé. Desde agora, a coroa da justiça me está guardada, a qual o Senhor, justo juiz, me dará naquele Dia..." (II Timóteo 4.7,8).
Sem dúvida alguma, o nome de Orlando Spencer Boyer poderia ser acrescentado à galeria dos heróis citados em seu livro Heróis da Fé !
O nome verdadeiro de Orlando Spencer Boyer era Orla Spencer Boyer.

Fonte: Blog Biblioteca Orlando Boyer