Assembleia de Deus

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sábado, 8 de março de 2014

Refutando cessacionismo


por  Pr. Aldení de Lima Duarte




O Teste- Prova- Desafio dos 20 Intérpretes


Há muitos anos solicito uma prova bem simples de todos os pentecostais que querem brigar comigo: "Amigo, certamente você não se recusará fazer um teste extremamente simples, que poderá convencer a mim e a todo o mundo: Basta você fazer a gravação de uma falação de línguas, sua ou de quem você quiser, bastam 15 a 30 minutos de falação, depois me enviar 20 cópias da gravação, que eu, acompanhado de mais de 3 ou 5 testemunhas imparciais, tais como juízes e pastores bem conhecidos e respeitados por mim, visitarei de surpresa 20 "intérpretes de línguas, pentecostais" que não sabem da experiência, e eu gravarei as 20 traduções que eles farão independentemente uns dos outros, que devem ser absolutamente idênticas, e absolutamente de acordo com a Bíblia, pregando contra os demônios, exaltando a divindade e senhorio de Cristo, exortando à salvação do inferno, etc. Depois, você me enviará provas incontestáveis de que não conhecia aquele idioma e que o falou imediata e perfeitamente quando estava visitando uma nação e falando a pessoas que somente conheciam aquele idioma.... Que tal?" Ninguém nunca aceitou este pedido... Nem precisou eu complementar a prova "Ah, quase esqueço, ao final de tudo você me enviará provas incontestáveis de que nasceu como um varão judeu, depois foi salvo e passou a ser um cristão, depois foi chamado por Cristo presente fisicamente, chamado para ser um apóstolo ou discípulo. Deixe-me ver se acerto seu nome: é João que continua vivo até hoje??? Mas quem são os outros milhões de pentecostais?!?!?!...Todos são farsas, só você é João, o apóstolo?  Mas você não me parece ter 2000 anos de idade, ter sido judeu, ter sido João... E agora?"





REFUTAÇÃO




1) Prova pela HISTÓRIA:


O polemista autor do artigo não foi honesto em sua pesquisa para afirmar que as línguas cessaram no século I. O seu principal erro foi procurar (se é que o fez) referências ao fenômeno das ‘línguas’ (doravante ‘glossolalia) em si. É sabido, contudo, que os primeiros cristãos não abordavam determinado carisma em si, a menos que tivessem que corrigir algum abuso. Aliás, é inegável que este também foi o caso de Paulo em 1 Coríntios. Era tecnicamente preferido pelos cristãos primitivos o termo “carisma”, que designava as manifestações sobrenaturais do Espírito Santo. Assim, uma inquirição correta não seria se os pais da igreja acreditavam na realidade da “glossolalia” e sim dos “carismas” como um todo.

Ora, feita esta observação, é impossível duvidar da crença da igreja dos quatro primeiro séculos na realidade dos carismas (incluso a glossolalia).
Nos pais apostólicos, os textos relativos aos carismas não são muito numerosos. Mas apesar disso, o pouco que foi mencionado nos autoriza a deduzir a crença deles nestes fenômenos.
Inácio escreve aos cristãos de Esmirna que “eles não precisam de nenhum carisma” (Aos Esmir. Introdução).
No Pastor de Hermas (Mand. 11.7-9) e na Didaqué (11,7,12) são observados instruções com relação aos portadores do dom da profecia que freqüentavam as igrejas da época.
Entre os apologistas, Justino, assim como Inácio, sustenta que os cristãos não têm falta de nenhum carisma e observa que “ainda hoje é possível ver entre nós mulheres e homens que possuem o carisma do Espírito Santo” (Dial. 88.1).

Irineu, cuja referência o autor menospreza e distorce, desenvolve o tema dos carismas sobretudo no contexto de sua polêmica contra os gnósticos e os montanistas. Ele de fato contestava o uso destes carismas nos gnósticos não por desacreditar na realidade dos dons, mas sim por não se realizar conforme os métodos aprovados pela ortodoxia (Contra as Heresias I.13,4; II. 31.2), como também porque os gnósticos achavam que seus poderes não vinham de Deus, mas de suas artes mágicas. Da mesma maneira, Irineu refutava os montanistas por se acharem os únicos depositários exclusivos dos carismas, sobretudo da profecia, exercendo-o fora da igreja (Contra as Heresias III.11,9).
Também Apolônio – um contemporâneo de Montano, citado por Eusébio (Hist. Ecle. V. 18,1-14) – procurava mostrar a falsidade dos carismas nos montanistas, não por colocar em dúvida a existência desses carismas, mas pela razão de eles o exercerem em formas não tradicionais, aceitando dinheiro (Hist. Ecle V. 16,7).
Concluindo, os Pais do século II dão prova de acreditar na realidade dos carismas presentes na Igreja de seu tempo (cf. também Tertuliano Apologia 23; Ad Escapula I, 2-4; e Exortação à Castidade 4), mas em face da urgência da polêmica anti-herética, procuravam estabelecer os limites e as modalidades em virtude das quais fosse possível distinguir os carismas ortodoxos dos pretendidos pelos heréticos.

Orígenes Admitia que os sinais do Espírito, numerosos na época de Jesus e de sua ascensão, com o passar do tempo tinham ficado mais raros (Contra Celso VII,8). Contudo não negava a persistência dos carismas em sua época entre os cristãos (Contra Celso II,8). Tudo isso mostra como foi superficial e tendenciosa a primeira prova sustentada pelo autor do artigo "7 provas: Línguas estranhas cessaram no Século I".
OS REFORMADORES E OS DONS ESPIRITUAIS


"É um fato que nem Lutero (+1546) nem Calvino (1564) deixou alguma reflexão sobre a glossolalia. Para Lutero, "falar em línguas" tinha a ver com a Missa católica romana oferecida em latim: Lutero afirmava que era necessária a língua vernácula. Calvino via nas línguas de pentecostes um símbolo da inclusão da igreja não-judia.

Isso porém não implica dizer que eles não acreditavam na sua atualidade em seus dias.
Lutero comentando Marcos 16 diz: “Onde existir um cristão, ainda existe poder para realizar estes sinais, se for necessário” (Sermão no Dias da Ascensão em 1522).
Já no Sermão da Ascensão em 1523, Lutero é mais claro ainda: “Por isso, devemos permitir que estas palavras permaneçam, sem diluí-las com as nossas explicações, conforme tem feito alguns que disseram que estes sinais eram manifestações do Espírito no início da era cristã, e que agora cessaram. Isso não é certo, pois o mesmo poder continua na igreja. E embora não esteja sendo exercido, não importa; continuamos tendo poder para realizar semelhantes sinais”.
Calvino, também não nega a possibilidade e até mesmo uma esparsa presença da ação carismática em seus dias. Comentando 1 Coríntios 12.14 ele diz que:“é difícil formular uma opinião sobre os dons e ofícios, dos quais a igreja foi privada durante tanto tempo, a não ser por meras sobras e sombras deles, que ainda se pode achar” (Coment. In 1 Corinthians).

Tratando do mesmo assunto em suas Institutas, ele diz: “Essa categoria não existe hoje, ou é vista menos comumente”. (Inst. IV. 3.4).
2) PROVA: IMPLICAÇÕES BÍBLICAS

Os objetivos apresentados pelo autor do artigo para o uso dos dons espirituais, com exceção do primeiro (confirmar um nova revelação), podem muito bem ser aplicados a igreja de hoje, pois não se restringem somente ao primeiro século.
Mas além dos objetivos apresentados, o autor deixou de fora um muito importante, a saber: A edificação mútua da igreja cristã, ou o proveito comum, como podemos deduzir de 1 Coríntios 12.7 e por extensão, todo o capítulo 12,13 e 14.
Mas objetivamente, em se tratando da glossolalia, o objetivo é expressamente manifesto em i Cor 14.4, ou seja "a edificação pessoal" do crente. A menos que afirmemos que os crentes contemporâneos não precisem mais de edificação, não se pode restringir o uso dos carismas somente ao primeiro século, com base nos objetivos dos fenômenos carismáticos.

Os demais textos apresentados não constituem prova alguma da suposta cessação dos carismas ou da glossolalia. Senão vejamos:
I Coríntios 13.8 diz que as línguas cessarão quando chegar aquele que é o Perfeito, ou seja, por ocasião da segunda vinda.
Hebreus 2.3-4: Ninguém nega que os dons serviram para testificar a mensagem evangélica que uma vez foi entregue aos santos. Nega-se, todavia, aquilo que o autor de Aos Hebreus não afirmou nem de longe, que é a cessação destes sinais ou a aplicação destes como objetivo unicamente de comprovação evangélica. A ênfase é na mensagem da salvação que foi entregue e não nos dons em si. Por isso, não há problema em ter o autor sagrado se expressado em termos gramaticalmente definidos.

Coríntios 12.11-12:Perceba que Paulo não diz que os sinais de seu apostolado consistem em "sinais, prodígios e maravilhas", e sim que a autenticidade de seu apostolado foi manifesta entre os coríntios "com" e "por" os dons sobrenaturais. . Os ‘sinais’ ou ‘marca’ de um apostolado estão no caso nominativo, ao passo que “sinais, maravilhas e milagres” estão no dativo.
Qual era a marca da autenticidade do ministério apostólico de Paulo? Ele mesmo o demonstra aos coríntios em 1 Cor 9.1-2:"Não sou eu porventura, livre? Não sou eu apóstolo? Não ví Jesus nosso Senhor? Acaso não sois fruto do meu trabalho no Senhor? Se não sou apóstolo para outrem, certamente, o sou para vós outros, porque vós sois o selo do meu apostolado no Senhor".Ou seja, o sinal da apostolicidade de Paulo era o fato dele ter visto o Senhor e a realização de sua obra de salvação em Corinto. A estes sinais, seguiram-se as manifestações sobrenaturais para confirmá-los; e não que consiste neles como diz o autor do artigo no site.
O ARGUMENTO CONSIDERADO "IRRESPONDÍVEL"
O argumento considerado "irrefutável" pelo autor do artigo é o que se segue: "Sinais miraculosos eram característicos, exclusivos, identificadores, restritos só aos 83 crentes (todos eles ex-judeus e que receberam os dons pessoalmente, dos lábios físicos do próprio Senhor quando em carne): os 11 apóstolos + Matias + Paulo + os 70 discípulos [NOTA]. Se tal não fora, Paulo não teria usado aqueles sinais miraculosos como provas que o diferenciavam como sendo um apóstolo (2Cor 12:11,12)."
Não consegO ver a suposta "irrefutabilidade" deste argumento, haja visto que os textos apresentados pelo autor não restringem o uso dos carismas somente aos apóstolos, nem tampouco aponta os carismas como "único" objetivo de confirmação de autenticidade apostólica.
Pelo contrário, a fórmula usada por Paulo em 1 Coríntios 12.8-10 para descrever a distribuição dos dons espirituais, nega tal assertiva: "Porque a um... é dado... e a outro... ". Pelo contexto, é impossível que Paulo estivesse se referindo a apóstolos, senão aos membros da congregação de Corinto.

NO MAIS, se Paulo considerasse que somente apóstolos poderiam ser usado nos dons, não se entenderia o porquê de ter dito frases como:"Procurai com zelo os dons espirituais" (1 Cor 14.1)."Assim, também vós, como desejais os dons espirituais, procurais abundar neles, para a edificação da igreja" (1 Cor 14.12)."E eu quero que todos vós faleis línguas estranhas; mas muitos mais que profetizeis" (1 Cor 14.5). De maneira que, se considerarmos o argumento "irrefutável" do autor como exato, teríamos que concluir que a igreja de Corinto tinha como seus membros os ilustres apóstolos citado na lista do autor.
3 PROVA: PARALELOS PAGÃOS
Se partirmos da premissa de que a glossolalia não é obra atual do Espírito Santo por se encontrar em ambientes não-cristão, então teríamos que negar quase tudo no cristianismo, haja visto serem encontradas paralelos de práticas cristãs em quase toda as religiões do mundo.
O autor poria em dúvida o operar de Deus através de Moisés diante do faraó, simplesmente pelo fato dos sacerdotes pagãos do Egito terem conseguido repetir os sinais operados pelo legislador da antiga aliança?
Vimos que os pais da igreja não desprezaram os carismas pela suposta prática deles pelos heréticos, mas os sustentavam dentro de uma perfeita ortodoxia. 

Argumentos de que fenômenos semelhantes à glossolalia são constatados em ambientes pagãos tem sido o carro chefe daqueles que visam negar a realidade do fenômeno cristão. No entanto, os oponentes da autêntica glossolalia não deveriam se quer aceitar como verdadeira o fenômeno narrado na bíblia. De fato, cinco anos antes de Cristo, já se encontrava algo semelhante nos Oráculos de Delfos, onde o sacerdote caia em êxtase e falava palavras desconhecidas. Tais palavras eram traduzidas para a língua grega, em resposta a pergunta do inquiridor.


4
-PROVAS PELA MEDICINA E PSICOLOGIA

Que base teria o autor para afirmar que os fenômenos pentecostais seriam "os mesmíssimos" apresentados em um estado alterado de consciência, ele deixou de relatar, mas somente o afirmou gratuitamente. O máximo que se pode deduzir das circunstâncias físicas e psicológicas por ele citadas é que algo semelhante acontece nestes casos. Fora isso, a medicina, a psicologia e a ciência como um todo nada tem a definir nesta questão.

5
- CONFISSÕES DE FINGIMENTO

Os "fingimentos" sem dúvida acontecem. No entanto, isso seria suficiente para desacreditar da realidade do fenômeno? De forma alguma. Não se pode desacreditar na realidade da medicina, por exemplo, simplesmente por existirem pessoas que se fazem passar por médicos. Pelo contrário, filosoficamente, para que haja um falso, é necessário que exista um autêntico, pois do contrario, a existência do que é falso seria inconcebível.


6- PROVA PELA LINGUISTICA

Aqui, duas observações devem ser feitas:
a 1ª é que comparar a "glossolalia" com um idioma vernáculo é desproposital. Os textos sagrados se referem a ela também como "hetero glossa":outras línguas (At 2.4), "línguas estranhas" (1 Cor 14.2), incompreensível aos homens, e se aceitarmos 1 Coríntios 13.1, como "língua dos anjos" em contraposição à língua dos homens.
Isso subtende-se tratar-se não só de uma língua conhecida, mas de uma "língua" não vernácula, de maneira que sujeitá-la à análise de um idioma humano é totalmente inútil.
2ª - Paulo diz "fala a Deus... em Espírito fala de mistérios" (1 Cor 14.2). Ora "falar com Deus" é o conceito básico de oração. E em oração, poucas palavras fazem sentido. Em oração, "gemidos inexprimíveis" tornam-se significativos para o Pai (Rm 8.26).Línguas estranhas são idiomas estrangeiros?

Aqui cabe analisar mais detalhadamente esta interpretação.

Línguas estranhas como "capacidade de se falar línguas estrangeiras" é uma posição adotada por alguns interpretes tradicionais, tomando como base, principalmente o fenômeno da "xenoglossia" apresentado em Atos 2.4-11.
No entanto, até os proponentes desta opinião encontram dificuldades em 1 Coríntios 14.2. Cito, para comprovação, a nota de rodapé da "Bíblia de Estudo de Genebra":
Nota sobre 1 Coríntios 12.10:
"A descrição apropriada deste dom tem gerado intensos debates. De acordo com certo ponto de vista, refere-se a alguma espécie de fala extática, possivelmente relacionadas às "línguas dos anjos", mencionadas em 13.1.Por outro lado, o Novo Testamento dá evidências explícita e inequívoca de que o Espírito Santo deu aos crentes primitivos a capacidade de falar em línguas humanas estrangeiras (Atos 2.4-11). “EMBORA OBJEÇÕES TAMBÉM POSSAM SER LEVANTADAS CONTRA ESSA OPINIÃO (14.2, nota), pelo menos ela pode ser apoiada por um precedente bíblico” (grifo meu).



Antes de analisarmos a questão, vejamos como a referida bíblia interpreta 1 Coríntios 14.2.:
'não fala a homens, senão a Deus... fala mistérios.""Este versículo (cf. o v. 14) descreve o dom de línguas de uma maneira que parece incoerente com o dom de falar em línguas estrangeiras, mencionado em Atos 2.4-11(embora alguns creiam que o milagre, no dia de Pentecostes, tenha sido um milagre de audição). Muitos argumentam que aqui Paulo está lidando com algo diferente – uma espécie de fala extática, usada nas orações íntimas (Rm 8.26). Contudo, a palavra aqui traduzida como “língua” é o termo grego normal que significa “linguagem”.Em segundo lugar, o uso que Paulo faz do termo “mistério” indica uma verdade divina que ainda não foi desvendada; e não tem o mesmo sentido do vocábulo português “mistério” (2.7, nota). Em terceiro lugar, os vs. 10-11, bem como o v.21, dão sustento a idéia que mesmo aqui, Paulo está falando sobre a linguagem humana (12.8-10, nota).”

O que dizer?


1.O FENÔMENO EM ATOS 2


.A narrativa de Atos 2.4-6. não pode ser considerada como uma capacidade dada pelo Espírito Santo aos apóstolos de ‘pregar’ em outro idioma. Primeiro porque naquela época isto seria desnecessário uma vez que, o grego koinê era a língua mundial falada por muito.
Segundo que, o povo que presenciou de fora os milagres de pentecostes eram todos “judeus” de todas as nações, e não estrangeiros que desconheciam a língua hebraica.
Terceiro que eles não ouviram ‘a pregação’ de Pedro em suas próprias línguas. Pedro pregou na língua dele mesmo, pois todos o entenderiam perfeitamente, como judeus que eram. Quando a bíblia diz que cada um os ouvia falar na sua própria língua (v.6), não se refere à pregação e sim “as grandezas de Deus” referindo-se às línguas como louvor de Atos 2.4, pois a pregação de Pedro veio depois.


2."GLOSSAIS" e "DIALEKTOS"


.Ainda que em alguns casos o termo grego “glossa” possa indicar idioma ou linguagem, é evidente que o autor de Atos faz distinção usando ‘glossa’ como um termo técnico para indicar o fenômeno sobrenatural, e o termo “dialektos” para indicar ‘idioma’ normal. Ato 2.4 diz que todos “falaram em outras línguas” (lalein heterais glóssais), enquanto Ato 2.6 afirma que “... cada um os ouvia falar ‘na sua própria língua’ (dialekto lalounton aitom)”. Veja o distinto uso de “dialektos” em Atos 1.19; 2.6.8; 21.40; 22.2; 26.14.

3
. 'GLOSSA' NO NOVO TESTAMENTO


.O termo ‘glossa’ aparece no Novo Testamento como ‘órgão da fala’ (Mc 7.33; Rm 3.13; 14.11; 1 Cor 14.9...). Quando usado como ‘idioma, língua’ aparece frequentemente com os termos ‘phule’(tribo), ‘laos’(povo), ‘ethnos’(nação) (cf. Ap.5.9; 7.9; 10.11;11.9;13.7;14.6;17.15). É possível que ‘glossa’ como dom sobrenatural tenha o sentido de ‘idioma’ existente na terra, pois isto está perfeitamente de acordo com um dos aspectos deste dom, mas não é o único.



4
."HETEROGLOSSAIS" e não "ALLOSGLOSSAIS"


De fato, quando se refere ao fenômeno das línguas os autores sagrados não usam o termo “allos glóssais” e sim “heteros glóssais” (cf. At 2.4). É sabido que “allos” e “hetero” apesar de significarem “outro” possuem uma diferença peculiar. O termo ‘allos’ expressa uma diferença numérica e denota “outro do mesmo tipo” (cf. Jo 14.16). Já “heteros” expressa uma diferença qualitativa e denota “outro de tipo diferente”. Veja Romanos 7.23, onde Paulo se refere em seus membros haver ‘outra (heteros) lei’, diferente da do ‘espírito de vida’. Tal distinção é mais evidente nas palavras compostas de ‘heteros’ como “heteroglossos” ‘outras línguas’ (1 Cor 14.21); “heterodidaskaléu” ‘ensinar outra doutrina’(1 Tm1.3;6.3); “heterozugo” ‘prender-se a um jugo desigual’, ou seja, de caráter diferente (2 Cor 6.14).
5. 1Cor 14.10-11. SUSTENTA TAL INTERPRETAÇÃO?


As palavras de Paulo em 1 Coríntios 14.10 – 11 não nos permite julgar que ele considerava as línguas como mais um idioma existente. Paulo faz uma comparação para demonstrar o valor das línguas com entendimento, da mesma forma que antes faz uma comparação com os sons dos instrumentos musicais (cf. 14.7-8). Ora, assim como ninguém diz que as línguas da igreja primitiva eram ‘sons instrumentais’ pela comparação feita, assim também não é possível concluir que Paulo estava comparando idioma aprendido com idioma aprendido. Em ambas as comparações o apóstolo conclui com “assim também vós...” (v.9 e v.12), dando a entender que ‘sons instrumentais’ e ‘as línguas falada na terra’ nada mais são do que instrumentos de comparação com a glossolalia, algo totalmente diferente.6. "Orar em línguas" e não "pregar em ínguas"
Um outro fato que não condiz com a interpretação de ser a glossolalia apenas capacidade de falar em outro idioma se encontra em 1 Cor 14.14 onde Paulo diz: “Porque se eu oro em línguas estranhas, meu espírito ora bem, mas o meu entendimento fica sem fruto” indicando que este dom vai muito mais do que um simples diálogo ou uma pregação de verdades doutrinais num idioma não aprendido. É um dom para oração.7. RESQUICIOS DE INTERPRETAÇÃO CATÓLICA


Esta interpretação aliás, tão defendida pela maioria das igrejas tradicionais, não passa de uma antiga opinião católica romana dada por Tomás de Aquino. De fato, esse teólogo católico diz:"Quanto ao dom de línguas, devemos saber que como na Igreja primitiva eram poucos os consagrados para pregar ao mundo a Fé em Cristo, a fim de que mais facilmente e a muitos se anunciasse a palavra de Deus, o Senhor lhes deu o dom de línguas"(Comentário a 1ª aos Coríntios, II).Ora, é interessante constatar que, enquanto os próprios católicos parecem ter abandonado esta interpretação Tomista (tenha-se em vista o movimento carismático católico), muitas das igrejas tradicionais protestantes se apeguem a ela com tanto zêlo.


7 Prova por ACAREAÇÃO
Não sendo um idioma nos moldes vernáculo, ou uma língua gramaticalmente constituída, a glossolalia não pode ser "traduzida", mas sim "interpretada" ou "entendida". Por tradução se entende o ato de explicar o sentido de uma ou mais palavras de uma língua estrangeira à uma língua materna do tradutor. Já por "interpretação" se entende o ato de explicar o significado de um ato ou palavra que num primeiro momento, não se revela de forma clara, ainda que seja na língua materna. Daí se diz interpretar sonhos e não "traduzir" sonhos ou parábolas. Ora, é sabido que o fenômeno das línguas compreende dois aspectos: A xenoglossia, que pode ser "entendida" ou "interpretada", mas nunca traduzida, pois não se traduz "mistérios". Neste caso, alguns teólogos sustentam que o milagre se daria nos ouvidos de quem ouve as línguas, como no caso de Atos 2.6.E a glossolalia que se manifesta como uma forma de oração diretamente a Deus, ou como evidência do Revestimento de Poder. Esta, não se tem interpretação, pois "não se fala a homens, mas a Deus".Ambas não podem ser jamais "traduzidas" no sentido estrito da palavra, como se concebe a tradução de um idioma. De tal maneira, esta suposta "acareação"(SIC), é uma prova insustentável e sem valor algum.